Fugindo um pouco da seriedade acadêmica do blog, fica este vídeo, que fiz para a comemoração do Natal em Reunião. Ficam as risadas e os trocadilhos.

Feliz Natal!

 
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Newton já nos avisava, lá pelas idas de 1687, que actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: a toda ação há sempre oposta uma reação igual. O Moderador reunião fez uma escolha ao montar sua nova Chancelaria: escolheu para seu comando o controverso Rodrigo Rocha – a ação.

Apesar de saber que a sociedade não se resume a cálculos matemáticos e admitindo, como afirma Gilberto Sarfati, que “Deus deu, na verdade, os problemas fáceis à física”, o princípio newtoniano é em geral apenas parcialmente válido no mundo social. Mas essa parcial, em termos simples, é utilizado pela própria teoria do caos, ao inferir que a ação e um age em um efeito dominó a todos os outros.

A ação do Moderador e a atual forma de organização da Chancelaria Imperial, bem como a pobre condução de uma tentativa de “política externa” demonstra o descaso que tem se dado às relações intermicronacionais em Reunião. Além de mau visto no exterior, o Chanceler enfreta várias oposições internas. Ademais, ainda não teve êxito em montar uma equipe técnica que amezine, por uma parte, essa imagem ruim da pessoa do Chanceler, e, por outra, a distância do Chanceler do conhecimento acadêmico de política internacional e direito internacional público.

A reação a esta ação, diferentemente da idêntica e oposta de Newton, pode variar. Pode ser simplesmente um período negro e esquecido na história reuniã. Pode ser, entretanto, que a ação de escolha da atual gestão – como e.g. na pífia e caricata atuação junto a Porto Claro -, destrua reações anteriores, a soma do trabalho de Fioravantis, Sales e Carvalhos…

Só o decantamento dos fatos pela história poderá dar a resposta.


O micronacionalismo em língua portuguesa hoje se defronta com uma bifurcação – com a necessidade de uma escolha. Qual seria, portanto, esta questão ora posta frente ao sistema fonético lusófono?

Poderia ser dito, que tal escolha seria entre o antigo e novo, entre um paradigma tradicional e uma nova perspectiva de micronacionalismo. Cláudio de Castro uma vez disse, durante a última crise reuniã, que o micronacionalismo não teria mudado, nós – os agentes no microcosmos, é que mudamos –, pois já não seriamos mais, em sua maioria, garotos de 15 anos querendo uma forma de diversão online.

Vemos cá um descompasso. A sociedade micronacional evoluiu, considerando o grau de preparação técnica-intelectual de seus agentes. Por outra parte, seus modi operandi continuam, grosso modo, idênticos. O pouco, o ordinário, aquilo que satisfazia há oito anos, ainda satisfaz.

[…]

Como toda evolução, isso não significa que aquilo que é passado deve ir para a lata de lixo. Sempre existirão jovens de 15 anos que poderão evoluir partindo dos mesmos níveis que temos. A questão é dar oportunidades de evolução tanto aos novatos quanto aos mais experientes.

[…]”

Artigo meu, discute algo muito comentado porém pouco argumentado no micronacionalismo em lingua portuguesa: o que deve ser do micronacionalismo, já que nós – ou muitos de nós – estamos mais experientes e maduros? Como fazê-lo fugindo do positivismo excludente entre os bons [sérios] e ruins?

Para ler o artigo completo, clique aqui.


A história do micronacionalismo lusófono divide-se em três momentos, orientados pelos imperativos do estar, ser e fazer.

O primeiro é o do estar. Nele, micronacionalista é basicamente quem está em uma micronação: ao ser inscrito nas listas ou quadros, já se toma parte plenamente dela. Mudar de micropaís é fácil: basta mudar de lista. E ao se deixar o território, automaticamente cessa a vinculação, que é puramente um estado. Retornando, recupera-se de imediato o atributo. Daqui a proibição da dupla-nacionalidade: só se pode estar em uma micronação por vez.

Vem o modelo do ser. Não é suficiente somente estar na lista, porém compartilhar de valores e bens culturais com a micronação escolhida, participar de passado e futuro comuns, de uma comunidade de destino. Assim, o micronacionalista pode continuar sendo da micronação sem nem mesmo estar nela. Pode continuar sendo ainda que estando contingentemente em outra. Este o paradigma decorrente do fato de que os micronacionalistas passaram a estar em várias micronações: diplomacia, turismo, múltiplas-cidadanias; mas também da maior substância do micronacionalismo praticado.

Por último, o esquema do fazer. O micronacionalista define-se como de uma micronação quando faz. Quando não apenas adere a valores e se sente na comunidade ou quando meramente se está em uma lista, mas sim quando constrói dia após dia a micronação. Só se pode fazer quando a micronação é obra coletiva, quando ela não está desde sempre já feita. Fazer alguma coisa, mexa-se, e não ficar só falando na lista ou repetindo uma vinculação abstrata.

O estar é fotográfico, o ser é histórico-cultural e o fazer é existencial.

O esquema pode ser aplicado também ao micronacionalista individualmente. Tem aqueles que só estão em Reunião, aqueles que culturalmente são reuniãos e, finalmente, aqueles que efetivamente fazem Reunião.

Quem valoriza a atividade, prioriza o fazer; quem valoriza a fidelidade, o ser; e quem dá mais valor à quantidade sincrônica, aposta no estar.

O estar conduz a uma moral de estado civil, o ser ao nacionalismo e o fazer implica a atividade.


Anunciamos como novo membro de nossa equipe McMillan Hunt, que já passou, como diplomata ou cidadão, por Westerland, Sofia, Reunião, Império de Racktidan, Estação Espacial Babylon 5, Marajó, República de Havana, República de Porto Claro, Sereníssimo Reino de Aquitânia, Império Ultramarino de Sinon e Pasárgada.

Hunt tem artigos e livros publicados, que serão disponibilizados neste portal. Ademais, o mesmo vai também postar como todos neste blog.


O alemão Schopenhauer , em sua filosofia , afirma a existência da essência única no mundo sob o símbolo de Vontade. Esta Vontade , começaria sua manifestação tornando-se objetos que pudessem ser alvo da atenção de uma unidade cognitiva , uma inteligência. Nestas objetivações , haveriam estágios , graus , intesidades de verossimilhança.

Mesmo encarando toda forma de representação como um signo ilusório participante da pluraridade do mundo mas que em verdade é somente uma aparência de engano da Vontade essencial universal , Schopenhauer coloca as idéias como os objetos mais imediatos , mais próximos desta Vontade , mais verdadeiros.

A percepção racional do mundo é inferior , realizada por parâmetros de relações criados pela própria razão , o [tempo] , o [espaço] e [causalidade] de Kant apareceriam como meras ferramentas criadas pela razão mesma para fazer-nos ter algum tipo de conhecimento; no caso: o conhecimento inferior e mentiroso das coisas.

Aponta então Schopenhauer a Arte ou a contemplação para o acesso ãs formas mais primordiais do mundo , para a realização do conhecimento focalizado nos objetos ideais e não nos objetos sensíveis que realizam-se na falsidade do ser , o fenômeno.

Mas Schopenhauer não conheceu o micronacionalismo! Nós , um dia depois do seu , podemos agora querer apontar o micronacinalismo como uma vivência do mundo mais próxima dos objetos ideais e distante da vivência sensível da matéria. O [virtualismo] do micronacionalismo , tão falado já por mim e por outros , pode aparecer como um ambiente para a realização humana muito mais propício para o conhecimento dos objetos imutáveis e verdadeiros , essenciais do mundo representado (manifesto): as idéias.


“[…] Embora a maior parte da sociologia moderna seja aplicada, de forma íntegra, ao comportamento dos homens no ambiente virtual da internet que escolhemos como palco de atuação do micronacionalismo, é necessário apontar uma característica fundamental e peculiar de nossa atuação neste meio: a distancia real que interiorizamos ao lidar com os demais presentes nesta atividade.

Ainda que o contato diário, por vezes quase permanente, seja real e eficaz, a distância espacial e real com a qual lidamos constantemente acaba por ocasionar um enfraquecimento de nossas responsabilidades enquanto sustentadores do mínimo de civilidade presente no micronacionalismo.

Não é por acaso que as sociedades lusófonas vivem, permanentemente, em pleno conflito entre seus participantes. Diferente das sociedades anglófonas, em que, na maioria das vezes, o contato é mais real do que virtual, nas micronações do bloco lingüístico português, o contato é quase totalmente virtual.

O resultado evidente, baseado na mais simples das análises, é a distância do tratamento e, como conseqüência, o baixo senso de dever moral em tratar com os demais da forma que, moralmente, seriamos obrigados a tratar

[…]”.

Filipe Sales discorre sobre as idéias contratualistas aplicadas ao micronacionalismo, buscando similitudes e diferenças entre as idéias postas pelos filósofos políticos modernos e da antiguidade da realidade macronacional e sua comparação com o mundico.

Para ler o artigo completo clique aqui.