Ação e Reação
Newton já nos avisava, lá pelas idas de 1687, que actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: a toda ação há sempre oposta uma reação igual. O Moderador reunião fez uma escolha ao montar sua nova Chancelaria: escolheu para seu comando o controverso Rodrigo Rocha – a ação.
Apesar de saber que a sociedade não se resume a cálculos matemáticos e admitindo, como afirma Gilberto Sarfati, que “Deus deu, na verdade, os problemas fáceis à física”, o princípio newtoniano é em geral apenas parcialmente válido no mundo social. Mas essa parcial, em termos simples, é utilizado pela própria teoria do caos, ao inferir que a ação e um age em um efeito dominó a todos os outros.
A ação do Moderador e a atual forma de organização da Chancelaria Imperial, bem como a pobre condução de uma tentativa de “política externa” demonstra o descaso que tem se dado às relações intermicronacionais em Reunião. Além de mau visto no exterior, o Chanceler enfreta várias oposições internas. Ademais, ainda não teve êxito em montar uma equipe técnica que amezine, por uma parte, essa imagem ruim da pessoa do Chanceler, e, por outra, a distância do Chanceler do conhecimento acadêmico de política internacional e direito internacional público.
A reação a esta ação, diferentemente da idêntica e oposta de Newton, pode variar. Pode ser simplesmente um período negro e esquecido na história reuniã. Pode ser, entretanto, que a ação de escolha da atual gestão – como e.g. na pífia e caricata atuação junto a Porto Claro -, destrua reações anteriores, a soma do trabalho de Fioravantis, Sales e Carvalhos…
Só o decantamento dos fatos pela história poderá dar a resposta.
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Existe hoje – e é uma pena – uma fraquíssima atenção do Poder Moderador em todas as esferas que julga ser irrelevante para a manutenção do micronacionalismo enquanto simulação política e prática intelectual.
Diz a Coroa Imperial que não há qualquer necessidade de se manter atenção à política externa, porque tudo que há fora de Reunião é inútil. Infelizmente sou obrigado a discordar e ainda julgar ser uma opinião cega, porque baseia-se na impossibilidade do sucesso partir de outras formas.
De fato, há pouca coisa boa além das fronteiras de Reunião. Mas inovações fenomenais, que andaram em campos onde o Império nunca pisou, são dignas de nota. Maior exemplo é Pasárgada, cuja inovação cultural ofereceu um salto na produção micronacional; experiência única e totalmente relevante, tanto como estudo quanto diversão.
Mas a posição – rígida em excesso – da Coroa Imperial, trata-se -infelizmente novamente – tão somente de reflexo de uma atitude ainda mais incrustada; a da Indústria Cultural reuniã.
De forma análoga a obra de Max Horkheimer e Theodor Adorno, podemos considerar que Reunião, de forma lamentável, caiu em sua própria indústria cultural: transformou um produto, resultado da simples manifestação, como objeto único e solitário de todo o micronacionalismo: a mensagem. E julga ainda nada mais haver além disso, de forma que distorce e enrigesse a própria cultura, impedindo que a criação, a inovação, a idéia e a evolução do pensamento encontre campo aberto.
A nomeação de Rodrigo Rocha é tão somente reflexo de tudo isso. Personagem controverso, cuja atuação já se deu em traição a Coroa Imperial por mais de uma vez, que já provocou êxodo de micronacionalistas imprescindíveis, e cujo modus operandi baseia-se na sociopatia, sua presença na direção da política externa – sabendo-se ser totalmente leigo na matéria – é o maior desastre para a política externa imperial.
É tão somente reflexo da decadência.
O descarte sumário do Cláudio de _qualquer_ outra experiência micronacional reflete seu entendimento que Reunião é a verdade do micronacionalismo. À parte do interesse político-estratégico, ligado ao marketing da micronação, há que se concordar que a afirmação de valores e a soberba impertinência são típicas da força. O forte manifesta a todo momento a própria força e constantemente cria novos valores, que se impõem pela própria excelência.
Ocorre que nada disto me faz concordar com a extensão dessa atitude claudiana. Não vejo porque descartar o micronacionalismo _no todo_. Há micronações tão afirmativas quanto Reunião *inclusive* na Lusofonia. Exemplo gritante: Pasárgada, cujo paradigma rompe em parte a lógica mensagista tão perniciosa e cujos valores igualam-se e em pontos superam (e noutros não alcançam) o micronacionalismo reunião.