A necessidade de uma escolha

01Abr08

Portal em Estudos Micronacionais, 6 de Dezembro de 2006.

A NECESSIDADE DE UMA ESCOLHA.
Carlos Góes

O micronacionalismo em língua portuguesa hoje se defronta com uma bifurcação – com a necessidade de uma escolha. Qual seria, portanto, esta questão ora posta frente ao sistema fonético lusófono?

Poderia ser dito, que tal escolha seria entre o antigo e novo, entre um paradigma tradicional e uma nova perspectiva de micronacionalismo. Cláudio de Castro uma vez disse, durante a última crise reuniã, que o micronacionalismo não teria mudado, nós – os agentes no microcosmos, é que mudamos -, pois já não seriamos mais, em sua maioria, garotos de 15 anos querendo uma forma de diversão online.

Vemos cá um descompasso. A sociedade micronacional evoluiu, considerando o grau de preparação técnica-intelectual de seus agentes. Por outra parte, seus modi operandi continuam, grosso modo, idênticos. O pouco, o ordinário, aquilo que satisfazia há oito anos, ainda satisfaz.

Não causa incômodo, e.g., uma diplomacia pobre tecnicamente, que, além de pecar nos detalhes do direito inter[micro]nacional, não consegue transportar da realidade extramicronacional os costumes e experiências aplicáveis ao micronacionalismo. Ainda vige em Reunião a legislação macarrônica que traz dificuldade mesmo aos micronacionalistas mais experientes.

Evolução de agentes demanda evolução de práticas. O próximo movimento evolutivo que poderá apresentar-se no micronacionalismo de língua portuguesa, não se relacionará com paradigmas de abordagem micronacional, ao estilo realismo vs. virtualismo, enfrentado quando do surgimento Pasárgada.

Este próximo ato terá de ser um salto qualitativo. Terá de ser uma adequação da prática micronacional, para além dos níveis medíocres atuais, ao novo nível dos agentes micronacionais. Mais que isso, sendo o micronacionalismo prática político-social, este locus tem de propiciar possibilidade de evolução pessoal para cada um dos agentes.

Sendo antes observado um menor nível de qualificação técnico-intelectual dos agentes, era exigido menos das práticas para que essas possibilitassem a evolução desses – diferentemente de hoje, quando se exige uma mudança de práticas. Antes era interessante aos secundaristas ter seus primeiros contatos com o Direito, aprendendo como delinear um mandado de segurança. Os mesmos, hoje advogados ou quase bacharéis em Direito, já não podem evoluir neste caminho – carecem de um novo caminho para sua evolução.

Tal mudança, obviamente, terá de se estender por um longo leque de ações. Será necessário o delineamento de legislações mais complexas e completas, adequadas à nova realidade micronacional; uma nova postura de legisladores nas plenárias dos parlamentos; um bom grau de preparação técnica de chancelarias; sítios mais dinâmicos e funcionais, etc.

Qual seria a mola propulsora de tal mudança? Uma vanguarda nacional composta por esses mesmos micronacionalistas que evoluiu técnico-intelectualmente, bastando a estes a compreensão que cabe a eles uma mudança que os beneficiará. Falta hoje esta consciência.

Como toda evolução, isso não significa que aquilo que é passado deve ir para a lata de lixo. Sempre existirão jovens de 15 anos que poderão evoluir partindo dos mesmos níveis que temos. A questão é dar oportunidades de evolução tanto aos novatos quanto aos mais experientes.

A necessidade da escolha está posta, ainda falta a consciência de tal necessidade.

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