A subversão não se resume à oposição. Opor-se simplesmente é em geral inócuo; trata-se apenas de oferecer um outro ponto de vista, uma outra possibilidade, ou manifestar o repúdio, a indignação ou a vergonha. Medidas sem efetuação. A subversão, ao contrário, mexe e abala os pilares do que é subvertido. Porque é criativa; faz do inautêntico o autêntico, inventa o novo com base no encarquilhado.
Há dois modos eficazes de subversão.
O primeiro é a ascensão aos princípios. Trata-se de interrogar toda a lógica imanente, de maneira que apareçam princípios, causas e pressupostos ocultos. Esta a ironia. Há uns dois ou três reuniãos que são subversivos pela ironia. Subvertem insistentemente o paradigma com acidez e mordacidade.
O segundo modo é o da condução às últimas conseqüências. Fazer com que a coisa gere até o limite o que ela se propõe. Fazer aflorar todo o discurso. Levá-lo com o máximo de seriedade, de tal maneira que se torna cômico. Que a roda gire, gire, gire… até arrebentar. Este mais eficaz ainda, o modo do humor. O gênio humorista de Reunião, de longe, é o Alberto. Subverte o paradigma ao literalmente matá-lo de rir.