{"version":"1.0","provider_name":"micropatriologia","provider_url":"http:\/\/micropatriologia.wordpress.com","author_name":"Carlos G\u00f3es","author_url":"https:\/\/micropatriologia.wordpress.com\/author\/goldsteincharles\/","title":"O Socioculturalista #15","type":"link","html":"
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Editorial<\/h3>\n

In\u00edcio do revisionismo hist\u00f3rico.<\/h5>\n
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Conforme anunciado na \u00faltima edi\u00e7\u00e3o, tem in\u00edcio no presente panfleto uma recapitula\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica sobre a emerg\u00eancia do socioculturalismo e a fal\u00eancia do polemicismo reuni\u00e3o. O SOCIOCULTURALISTA cr\u00ea ser essencial o resgate dos fatos passados no micronacionalismo lus\u00f3fono, pois a consci\u00eancia de um passado comum tamb\u00e9m refor\u00e7a os la\u00e7os imaginados de identidade [micro-]nacional.<\/div>\n
De modo algum O SOCIOCULTURALISTA reclama para si o monop\u00f3lio da verdade. Ao contr\u00e1rio, como expl\u00edcito desde o primeiro panfleto, este peri\u00f3dico n\u00e3o esconde por detr\u00e1s de uma suposta “imparcialidade jornal\u00edstica” e tamb\u00e9m por isso n\u00e3o chama a si mesmo de jornal. Dispomos aqui uma vis\u00e3o dos fatos, que pode ser contraposta a outras vers\u00f5es.<\/div>\n
Uma sociedade aberta, nos termos prescritos por Karl Popper, precisa de multiplicidade. De tal sorte, O SOCIOCULTURALISTA entende estar, por meio desta iniciativa, contribuindo com a constru\u00e7\u00e3o de sociedades [micro-]nacionais abertas. Ao leitor cabe ver as vers\u00f5es dispon\u00edveis e chegar, ele mesmo, a uma conclus\u00e3o satisfat\u00f3ria.<\/div>\n
Este primeiro cap\u00edtulo foca-se na contextualiza\u00e7\u00e3o da \u00e9poca, tra\u00e7ando a divis\u00e3o moral-filos\u00f3fica presente na sociedade reuni\u00e3 de ent\u00e3o e o in\u00edcio da emerg\u00eancia de Maur\u00edcio. O Vice Reino se tornaria o ref\u00fagio de alguns, cansados do modo como Gerson Fran\u00e7a comandava as coisas desde Saint-Denis.<\/div>\n
Leia. Critique. Elogie. Conteste. Aproveite.<\/div>\n<\/div>\n

Pensamento Socioculturalista<\/h3>\n

1. A contextualiza\u00e7\u00e3o da mudan\u00e7a.<\/h5>\n
As constru\u00e7\u00f5es intelectuais n\u00e3o se dissociam dos fatos sociais. Existe, ao contr\u00e1rio, um ciclo que se retroalimenta entre os dois universos. Elementos da realidade alimentam os arqu\u00e9tipos te\u00f3ricos e estes, por sua vez, almejam modificar a realidade.\u00a0<\/p>\n

Dois processos ajudaram a alimentar a busca por uma alternativa ao modelismo polemicista de Reuni\u00e3o, que culminaria no delineamento do que hoje denominamos de socioculturalismo. Primeiramente, se delineou uma clara divis\u00e3o em Reuni\u00e3o entre aqueles que apoiavam t\u00e1ticas escusas de micronacionalismo – pois julgavam ser a pr\u00e1tica micronacional distinta da vida – e os que buscavam algo novo. Afora isso, foram marcantes as mudan\u00e7as ocorridas no Vice-Reino de Maur\u00edcio a partir da assun\u00e7\u00e3o de Rodrigo Mariano ao cetro.<\/p>\n

Este primeiro cap\u00edtulo da recapitula\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica foca-se na divis\u00e3o principiol\u00f3gica de dois grandes grupos em Reuni\u00e3o e o in\u00edcio da emerg\u00eancia mauritana. Ainda que se tenha consci\u00eancia de ser uma vis\u00e3o singular a do relato escrito por um part\u00edcipe, como \u00e9 o presente, tentar-se-\u00e1 alcan\u00e7ar uma escrita que d\u00ea ao leitor oportunidade de interpreta\u00e7\u00e3o pessoal.<\/p>\n

a. Os dois micronacionalismos de Reuni\u00e3o<\/em><\/p>\n

Ao fim de 2006, haveria uma clara divis\u00e3o entre abordagens ao micronacionalismo que diversos reuni\u00e3os davam \u00e0 pr\u00e1tica. Uma s\u00e9rie de fatos seria fundamental para expor os intestinos de tal divis\u00e3o: as a\u00e7\u00f5es de uma organiza\u00e7\u00e3o microterrorista denominada “Honra Imperial”.<\/p>\n

A “Honra Imperial”, hoje extinta, consistia em um grupo de indiv\u00edduos que, utilizando dos estandartes imperiais de Reuni\u00e3o – embora sem respaldo oficial – perpetrava ataques eletr\u00f4nicos, como mail bombing, tentativa de roubo de listas e similares. Os dois casos mais famosos foram os ataques a Jorge Quinta-Nova, ent\u00e3o premier do Reino Unido de Portugal e Algarves, e, posteriormente, \u00e0 lista da Rep\u00fablica de Porto Claro.<\/p>\n

Quando da \u00e9poca dos primeiros ataques, no \u00ednicio de 2006, apesar da rejei\u00e7\u00e3o quase un\u00edvoca aos mesmos, havia diverg\u00eancias quanto ao modo de se abordar a referida organiza\u00e7\u00e3o. Bruno Cava, por exemplo, entendia que uma resposta oficial somente alimentaria o \u00e2nimo dos perpetradores. Filipe Oliveira, por outra parte, exigia o rep\u00fadio imediato aos ataques. N\u00e3o obstante, as diferen\u00e7as eram pouco substanciais ent\u00e3o.<\/p>\n

Algo distinto do que ocorreria no fim do ano, quando Carlos Fraga, diretor do Servi\u00e7o Secreto Imperial (Quaex), tomaria a decis\u00e3o de incorporar os integrantes da Honra Imperial ao corpo oficial. Naquele momento, delinear-se-ia uma divis\u00e3o sens\u00edvel.<\/p>\n

De um lado, Carlos Fraga, Fl\u00e1vio Wernik, Gerson Fran\u00e7a, Fl\u00e1vio Miranda e Brunno Barbosa eram os principais defensores a incorpora\u00e7\u00e3o. A justifica\u00e7\u00e3o moral baseava-se no descolamento do micronacionalismo da realidade. Fl\u00e1vio Miranda chegou a afirmar que “no micronacionalismo n\u00e3o interessa o que Hitler fez ou n\u00e3o\u201d, ao pregar a total separa\u00e7\u00e3o entre o micronacionalismo e a realidade.<\/p>\n

Houve uma eloquente resposta de todos os campos da sociedade, que julgavam ser inaceit\u00e1vel a incorpora\u00e7\u00e3o de um grupo terrorista ao aparelho de Estado. Rodrigo Rocha, ent\u00e3o Chanceler Imperial, emitiu nota de discord\u00e2ncia em rela\u00e7\u00e3o a posi\u00e7\u00e3o da Quaex. O mesmo faria Valadir Aerwyld, presidente da Assembl\u00e9ia Popular de Qual\u00edcatos. Eduardo Lagrenge e Carlos G\u00f3es proporiam, respectivamente no Egr\u00e9gio Conselho Imperial de Estado e na Assembl\u00e9ia Popular de Qual\u00edcatos, mo\u00e7\u00f5es de rep\u00fadio \u00e0 incorpora\u00e7\u00e3o que seriam aprovadas. Filipe Sales e Rodrigo Mariano comandariam um rep\u00fadio do Vice-Reino de Maur\u00edcio \u00e0 Honra Imperial.<\/p>\n

Muito embora fosse maior o grupo que rejeitava o micronacionalismo do terror, aqueles que o apoiavam orbitavam em volta do Gabinete do Lorde Protetor, o que, naturalmente, lhes garantia muito poder. O pr\u00f3prio Gerson Fran\u00e7a era o Lorde Protetor e agia de todos os modos poss\u00edveis para defender seu grupo. Ademais, o Imperador Cl\u00e1udio de Castro n\u00e3o tinha presen\u00e7a constante no Sacro Imp\u00e9rio, fato que refor\u00e7ava, ainda mais, o poder de Gerson Fran\u00e7a.<\/p>\n

Eventualmente, Carlos Fraga reconheceria que cometeu um erro ao patrocinar a incorpora\u00e7\u00e3o da Honra Imperial \u00e0 Quaex. Entretanto, a diverg\u00eancia entre o polemicismo modelista tradicional, que aceita qualquer tipo de conduta por uma atividade mensag\u00edstica, e os que focam-se na identidade entre realidade social e micronacionalismo j\u00e1 estava escrita.<\/p>\n

b. O renascimento de Maur\u00edcio
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No mesmo ano de 2006, seria pavimentado o l\u00f3cus para o surgimento do socioculturalismo. Rodrigo Mariano assumia o Cetro Real Mauritano inaugurando uma era de atividade produtiva em Maur\u00edcio. Criara uma Academia de Her\u00e1ldica, uma Biblioteca Real e instituira o sistema feudal no Vice-Reino, entre outras iniciativas.<\/p>\n

Somando-se o ambiente positivo no n\u00edvel vicerreal \u00e0 domin\u00e2ncia do grupo polemicista na pol\u00edtica imperial, houve grandes incentivos a uma investida ainda maior na atividade regional, de modo a produzir um ambiente maduro e que promovesse a evolu\u00e7\u00e3o pessoal. Nesse sentido, ocorreu um resgate da cultura local, de origem angl\u00f3fona, incorporando-se a esta elementos do realismo pas\u00e1rgado.<\/p>\n

Entretanto, \u00e9 importante ressaltar que a pr\u00e1tica micronacional mauritana de ent\u00e3o ainda se caracterizava como um modelismo tipicamente reuni\u00e3o, ainda que salpicado com elementos realistas. Entre os principais micronacionalistas que tinham em Maur\u00edcio seu foco principal de atividade estavam: Rodrigo Mariano, Eduardo Lagrenge, Carlos G\u00f3es, Bruno Sogdu e Filipe Sales.<\/p>\n

Este cen\u00e1rio pavimentaria a estrada para a emerg\u00eancia do nacionalismo mauritano, justificado em termos te\u00f3ricos e pr\u00e1ticos. Ademais, pouco tempo depois iniciar-se-ia a Inquisi\u00e7\u00e3o contra os mauritanos, motivada essencialmente por um desgosto do grupo polemicista contra a elevada atividade regional mauritana.\u00a0<\/p><\/div>\n

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Expediente<\/h3>\n
Editor – Carlos G\u00f3es<\/div>\n

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Reda\u00e7\u00e3o – Carlos G\u00f3es, Filipe Sales, Rodrigo Mariano e Fernando Henrique Cardozo.<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n"}